(19) 99355-4029
(19) 3342-2992

A Narrativa dos Games

A Indústria dos games cresce a cada ano, cada vez mais.

Hoje, essa mesma indústria fatura mais que Hollywood, é incrível. E se você teve a oportunidade de acompanhar os games da década de 80 até os dias atuais, sabe o quanto essa mídia evoluiu.

Particularmente não me considero um gamer de carteirinha, mas adoro passar algumas horas jogando um bom jogo. Essa questão de narrativa é bem particular, então vamos deixar uma coisa bem clara: tudo o que você ler aqui é apenas a minha opinião sobre o assunto, não sou um tipo de autoridade que está aqui para “bater o martelo”, ok?

Antigamente os jogos eram tratados como “coisa de criança”, e, claro, que estragava a TV de casa (vocês não sabem como fui atormentado com esse mito nos anos 90). Havia outras atrocidades que as pessoas associavam aos games: a violência, marginalização, demônios etc.

Contudo, não estamos aqui para falar especificamente dessas coisas, mas sim das histórias por trás dos jogos, a narrativa. Com o avanço do tempo, foi-se dando mais importância para essa ferramenta, e aos poucos, um simples jogo começou a tornar-se algo mais cinematográfico.

A quem diga que não foi uma boa ideia. Já presenciei pessoas dizerem que não tem paciência para assistir uma cutscene (fico horrorizado com isso). Entretanto, na minha humilde opinião, achei fantástico esse investimento narrativo. Acredito que a experiência do jogo fica bem mais imersiva, e eu adoro isso. Sou capaz de me envolver mais com os personagens e a trama, sinto seus efeitos emocionais conforme as coisas acontecem dentro da história.

Em análise, os jogos antigos tinham pouco investimento na narrativa de forma geral. As histórias eram mais simplistas e superficiais. Os vilões eram apenas alguém maligno e pronto, suas motivações eram bobas e cercadas de clichês. O importante era o ato de jogar, você seguir em frente matando inimigos, subindo de nível, encontrando itens e ficando cada vez mais forte rumo ao chefão final, de uma forma linear.

Mas esse cenário mudou totalmente nos dias de hoje. A história linear continua lá, todavia, você tem um mundo para explorar, cheio de outras histórias paralelas tão legais quanto a principal. Por que não se beneficiar disso, se aprofundar na mitologia daquele universo? É chance que temos de conhecer personagens secundários, aventuras curtas cheias de perigos e adrenalinas. Particularmente eu sempre tento aproveitar algo bom da narrativa de um jogo, não gosto do tipo que pensa apenas no famigerado “hack n’ slash” conhecido aqui por matar, pilhar e destruir.

Um dos jogos que marcaram a minha vida foi God of War, de 2005. Adoro mitologia grega, e na época, quando vi esse jogo na prateleira, não pensei duas vezes em compra-lo. Fui surpreendido. De forma geral era um jogo inovador e o jeito que o protagonista anti-herói, Kratos, foi trabalhado me prendeu do começo ao fim. Afinal de contas, era uma história que envolvia os deuses, o panteão e fiquei encantado. Era uma história simples, eu sei, mas eu adorei. Pois bem, avancemos o tempo alguns anos, até 2018. Compare a tamanha evolução narrativa entre os jogos de God of War I, II e III para novo game que leva Kratos às terras nórdicas. Esse novo conceito de God of War supera todas as expectativas e eleva a narrativa a um nível inimaginável, jamais visto em nenhum outro jogo da franquia. Kratos está muito mais maduro, controlado e querendo viver sua vida. Mas ele ainda é o deus da guerra, e problemas batem a sua porta.

Eu poderia me comentar detalhadamente sobre os jogos com ótimas narrativas, mas o texto ficaria grande demais. Não posso também citar apenas God of War, quando na verdade existem outras histórias tão dignas quanto.

Conhece Nathan Drake? A tetralogia de Uncharted é ainda melhor. Sua narrativa espetacular é ascendente desde o primeiro jogo. O clima de aventura no melhor estilo Indiana Jones te arrebata e leva embora, até o sentimental final do quarto jogo, onde você larga o controle e passa algumas horas contemplando o céu pela janela da sua casa com um sentimento de vazio.

Considerado um dos melhores jogos da história, The Last of Us não poderia ficar de fora dessa lista. Vencedor de vários prêmios e aclamado pela crítica. A obra como um todo, é elogiada pelo forte e profundo enredo, a exploração de como se encontra a humanidade após um apocalipse e personagens femininas fortes. Acredito que todos são capazes de notar como é construído de forma gradual o relacionamento entre Joel e Ellie. Uma relação semelhante a de um pai e filha. Uma história que o sacrifício de alguém está em questão. Até onde você estaria disposto a levar essa jornada? Você seria capaz de salvar uma vida para condenar todo o resto?

Realmente fico satisfeito quando me deparo com games tão bem trabalhados como esses, tanto em história quanto jogabilidade. É possível se inspirar acompanhando esses personagens e conflitos.

E você, qual história de um jogo que te fisgou do começo ao fim?

 

Professor Raphael Albuquerque

Comentários (1)

alexandre dias calhau

A narrativa interpretativa da série Dark Souls…

Deixe seu comentário

×